A prática de transplantar um coração para outra pessoa foi realizada pela primeira vez no ano de 1967 na África do Sul e desde então vêm salvando diversas vidas. Segundo dados do Ministério da Saúde divulgados no ano passado, esse tipo de cirurgia teve um aumento de 11% quando comparado o 1º semestre de 2014 (156) com o de 2015 (173). Este foi o melhor desempenho já registrado em um 1º semestre para transplantes de coração.

Quando se consegue um coração para a realização da cirurgia, a probabilidade de o paciente obter sucesso é superior a 80%. Foi o caso de Ariane, 9 anos, diagnosticada com miocardiopatia dilatada em 2012, que passou pelo transplante ano passado, depois que a família de um garoto que faleceu durante um atropelamento, decidiu doar os órgãos da criança.

Segundo o cirurgião cardíaco do Hospital Beneficência Portuguesa, Marcelo Sobral, a miocardiopatia dilatada trata-se de uma doença que afeta o músculo do coração, impedindo o bombeamento adequado de sangue para o resto do corpo, causando problemas como arritmias, trombose e até morte súbita. E quando o caso é resistente ao tratamento com medicação, o transplante cardíaco é o mais indicado.

Outras indicações para transplante cardíaco são: casos de doença coronária grave, miocardiopatia, doença cardíaca congênita e válvulas cardíacas com alterações graves. Não existe uma faixa etária adequada para a realização desta técnica, porém, não é recomendado para pacientes acima dos 65 anos, devido a fragilidade da saúde e a baixa expectativa de vida.

“A técnica é realizada no hospital, sendo necessário uma equipe multidisciplinar competente e treinada. Em alguns casos, uma internação mais prolongada é necessária para que, cuidados específicos sejam realizados para que não ocorra a rejeição do órgão.  É uma cirurgia complexa e delicada, em que o órgão é substituído por outro, necessariamente, compatível”, finaliza Sobral.

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