Alertar a população sobre a importância da doação de órgãos e incentivar uma postura pró-ativa dos familiares é o objetivo do “Setembro Verde” – mês em que se comemora o Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e julho deste ano, foram feitos 12 mil transplantes. Número alcançado graças a 1.438 doadores – um recorde, segundo o governo. O número de doadores no primeiro semestre teve um crescimento de 7,4% em relação ao mesmo período de 2015.
Segundo o cirurgião cardíaco do hospital Beneficência Portuguesa, Marcelo Sobral, o transplante de coração só é indicado em casos graves de problemas cardiovasculares que colocam em risco a vida do indivíduo e que não podem ser tratadas com medicação. “Os pacientes mais sujeitos a esse procedimento são aqueles que sofrem de doença coronária grave, miocardiopatia, doença cardíaca congênita e válvulas cardíacas com alterações graves”, explica o especialista.
O transplante cardíaco pode ser realizado desde recém-nascidos até idosos e é dividido em dois procedimentos: o transplante ortotópico que se caracteriza pela substituição de um coração doente por outro saudável; e o heterotópico, técnica onde o coração do doador é implantado sobre o órgão nativo com o objetivo de ajudar a bombear o sangue, ou seja, nesse caso o paciente passa a ter dois corações.
Para muitos pacientes, o transplante é a única chance de vida, por isso é tão importante a conscientização da população em relação a doação de órgãos. Idade do doador, causa do óbito e tipo sanguíneo são alguns requisitos estudados para saber se há um receptor compatível. “Todos nós podemos ser doadores, desde que nossa família autorize. Por isso, se você deseja ser um doador não deixe de comunicar seus familiares”, finaliza Sobral.